quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

NOVOS PAISES DA ASIA E ÁFRICA EM ASCENÇÃO

Países pobres da África e Ásia terão maior crescimento em 2014, diz relatório

Atualizado em  15 de janeiro, 2014 - 15:14 (Brasília) 17:14 GMT
Homem passeia em frente a loja de luxo em Benghazi, na Líbia. Foto: Reuters
Cidades como Benghazi, na Líbia, reconstruíram suas economias e já possuem lojas de luxo
A Líbia e o Sudão do Sul, que últimos anos viveram intensos conflitos e estão reconstruindo suas sociedades, serão os países que registrarão crescimento econômico mais acentuado ao longo de 2014, segundo um relatório com previsões do Banco Mundial divulgado nesta terça-feira.
O relatório, intitulado Perspectivas Econômicas Globais, diz que a economia global está "em um ponto de virada", passando de um momento de crise e baixo crescimento para outro de recuperação.
Segundo o documento, a Líbia, que embarcou em um conflito interno em 2011 que levou à morte do líder do país, Muammar Khadafi, deve crescer 23% neste ano, de acordo com o Banco Mundial. Já o Sudão do Sul, que se tornou independente do Sudão em 2011 após anos de confronto, deve crescer em 17%.
Completam a lista do Banco Mundial dos países que mais devem crescer neste ano respectivamente Serra Leoa (que viveu uma guerra civil na década de 1990), em terceiro lugar, seguido de Turcomenistão, Mongólia, Chade, Moçambique, Papua Nova Guiné, Costa do Marfim e Butão.
O Banco Mundial prevê que a economia do Brasil vai crescer 2,4% em 2014 - índice levemente superior aos 2,2% previstos pela organização para 2013.

Países pobres

O tamanho da economia da Líbia chegou a cair pela metade em 2011, quando eclodiu a Primavera Árabe. No ano seguinte, a economia líbia retomou praticamente o nível anterior – com 104% de crescimento. Após uma crise em 2013, o Banco Mundial prevê que em 2014 a Líbia crescerá 23%.

Crescimento do PIB em 2014

1. Líbia - 23%
2. Sudão do Sul - 17%
3. Serra Leoa - 14,1%
4. Turcomenistão - 10,7%
5. Mongólia - 10,3%
6. Chade - 8,7%
7. Moçambique - 8,5%
7. Papua Nova Guiné - 8,5%
9. Costa do Marfim - 8,2%
10. Butão - 8,1%
Fonte: previsões do Banco Mundial

Criado em julho de 2011, o Sudão do Sul registrou em 2013 o maior índice do mundo: 33%. No ano anterior, em que viveu um breve conflito com o Sudão envolvendo a fronteira comum, o seu Produto Interno Bruto havia caído 49%.
Apesar da escalada de conflitos étnicos ocorridos nas últimas semanas, as perspectivas do Banco Mundial continuam otimistas para o país, com previsão de crescimento de 17%.
Das dez nações no topo da lista do Banco Mundial, apenas três - Mongólia, Turcomenistão e Butão - estão na categoria de desenvolvimento humano "médio", no ranking da ONU que leva em consideração as condições de saúde e educação.
As demais sete são consideradas de "baixo" desenvolvimento humano. Cinco – Chade, Moçambique, Sudão do Sul, Serra Leoa e Costa do Marfim – estão na África subsaariana (ao sul do Deserto do Saara), considerada a região mais pobre do planeta.
Apesar da pobreza, a região está se recuperando economicamente. A África subsaariana registrou o segundo maior índice de crescimento econômico ao longo de 2013 (4,7%), atrás apenas do Leste da Ásia (7,1%).
Esse crescimento veio sobretudo do fortalecimento da demanda interna e aumento dos investimentos na região. Para 2014, a previsão é que o crescimento ainda maior – de 5,3% – seja puxado pela demanda externa.

Riqueza natural

Países como Mongólia, Turcomenistão e Papua Nova Guiné, que também aparecem no "top 10", são beneficiados por um boom de mineração e energia.
A previsão do Banco Mundial é de que a Mongólia terá, entre 2011 e 2015, cinco anos consecutivos de crescimento de dois dígitos, devido à riqueza da mineração em cobre, carvão, entre outros.
Alguns economistas apelidaram a economia do país de "lobo mongol", pelo vigor que o país vem apresentando.
A Papua Nova Guiné também está na lista devido a recursos naturais. O país começou a exportar gás liquefeito, e esse novo ciclo deve sustentar o crescimento econômico alto nos próximos anos.
O relatório do Banco Mundial afirma que há dois desafios para esses países: lidar com a queda dos preços internacionais de commodities – prevista para 2014 – e assegurar uma gestão transparente e eficiente desses recursos.

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