Senadores de Mato Grosso defendem trilhos até Cuiabá
Por: Da RedaçãoPlano do Ministério da Infraestrutura prevê ainda implantação da Ferrogrão, FICO e também da concessão da BR-163, além de leilões de aeroportos
A bancada de Mato Grosso no Senado Federal fechou questão em torno da necessidade de extensão da ferrovia Ferronorte até a cidade de Cuiabá. Atualmente, os trilhos do empreendimento – que liga Mato Grosso ao Porto de Santos, em São Paulo – se encontram em Rondonópolis, no Sul do Estado. Nesta terça-feira, 26, os senadores Wellington Fagundes (PR), Jayme Campos (DEM) e Selma Arruda (PSL) pediram que o ministro Tarcísio Gomes de Freitas inclua a ferrovia como uma das prioridades do Ministério da Infraestrutura.
Além da Ferronorte, as diretrizes e planos do Ministério em relação a rodovias, ferrovias, aeroportos e obras públicas, apresentadas pelo ministro durante audiência na Comissão de Infraestrutura do Senado, contemplam Mato Grosso com as ferrovias Ferrogrão, ligando Sinop a Miritituba, no Pará, e a Ferrovia de Integração do Centro Oeste (FICO), entre Água Boa e Campinorte, em Goiás, na extensão da Ferrovia Norte-Sul.
Vice-presidente da CI, Wellington Fagundes ressaltou que Mato Grosso produz muito, e com qualidade, mas está distante dos portos. Disse ainda que o Estado, por causa disso, “tem entusiasmo com tudo que diz respeito à infraestrutura” e que os esforços não se concentram apenas na implantação da FICO ou na Ferrogrão. “Temos que avançar. Sair de Rondonópolis até Cuiabá, indo ao Norte com a Ferrogrão e com a FICO” - ele destacou, ao se dirigir ao ministro e defender também uma maior segurança jurídica aos investimentos.
Jayme Campos, por sua vez, enfatizou que a escassez de recursos para investimentos no país atinge não só o setor de transportes, mas todas as áreas, o que mostra a importância de parcerias e investimentos privados. Segundo ele, a chegada dos trilhos da Ferronorte até Cuiabá “é um sonho de todos os mato-grossenses”. Para ele, a ferrovia é fundamental para a economia do Estado e para a região onde se localiza a Capital. “Havia muita expectativa com essa ferrovia para diminuir valores” - lembrou, ao alertar que a inconclusão do projeto pode transformar a região do Vale do Rio Cuiabá em “um bolsão de miséria”.
Assim como Wellington e Jayme, a senadora Selma cobrou do ministro a extensão, até Cuiabá, da ferrovia que chega a Rondonópolis. Para os parlamentares, esse trecho poderá fazer diferença significativa para o Estado e para o escoamento da produção agropecuária. Os três senadores também cobraram do ministro uma posição sobre possível extinção da VALEC Engenharia, Construções e Ferrovias S.A. Freitas disse que não existe uma decisão sobre esse assunto.
A reunião durou mais de três horas e diversos parlamentares questionaram o ministro, principalmente em relação às demandas de seus respectivos Estados, como a pavimentação, duplicação ou restauração de rodovias federais.
O ministro confirmou que está previsto para 15 de março o leilão de concessão, por 30 anos, de 12 aeroportos, divididos em três blocos - Mato Grosso tem 4 aeroportos no pacote: Sinop, Alta Floresta, Rondonópolis e Várzea Grande, cidade da região metropolitana de Cuiabá. No Nordeste serão 6 e no Sudeste 2, completando o edital de leilão.
Em sua apresentação, o ministro informou que até 2020 haverá leilões para concessão à iniciativa privada de trechos da BR-163, ligando Sinop a Miritituba, no Pará. Ele explicou que essa parceria será curta, de no máximo 15 anos, até que a ferrovia Ferrogrão seja implantada. As maiores tradings que operam no Brasil já manifestaram interesse em realizar os investimentos para sua implantação.
FERROVIA DA INTEGRAÇÃO - Confirmada entre as diretrizes e metas do Ministério da Infraestrutura, a Ferrovia de Integração do Centro-Oeste (FICO) será debatida em audiência pública solicitada pelo senador Wellington Fagundes. A data ainda será definida pela Comissão de Infraestrutura. A implantação desse projeto depende ainda da renovação antecipada da concessão de ferrovias operadas pela Companhia Vale.
“Precisamos fazer com que o custo seja menor para aqueles que estão no interior produzindo e que tem alta capacidade de produção, uma alta produtividade, competindo com países de maior tecnologia aplicada do mundo. Sabe-se que, quando precisamos chegar com produtos nos portos, o lucro às vezes já foi” – enfatizou o republicano.
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