Planos ambiciosos da China incluem a criação de uma usina energética no espaço
Por Patrícia Gnipper | 18 de Fevereiro de 2019 às 19h29
Ambiciosa, a China vem ampliando cada vez mais seu programa espacial e definitivamente quer que sua CNSA (China National Space Administration, ou Administração Espacial Nacional da China) compita com a NASA pelo posto de principal agência espacial do planeta. No início de 2019, o país pousou com sucesso, pela primeira vez na história, uma nave no lado afastado da Lua, e o bom andamento da missão Chang'e 4 acelera os planos chineses de dominar o espaço. Agora, o país quer construir uma estação de energia solar na órbita da Terra.
O programa espacial chinês recebeu um orçamento anual de US$ 8 bilhões, fazendo com que a China perca apenas para os Estados Unidos no que diz respeito à verba liberada pelo governo para projetos espaciais. E cientistas chineses já começaram a trabalhar em uma base experimental na cidade de Chongqing para a construção de uma estação espacial de energia solar, o que deve acontecer entre 2021 e 2025, com previsão de lançamento para até o ano de 2030.
Além disso, o país asiático também vem trabalhando na construção de sua nova estação espacial própria, chamada de Tiangong, com previsão de lançamento para 2022. A estação terá um módulo central e outros dois módulos para experimentos, pesando 66 toneladas e capaz de abrigar três pessoas ao mesmo tempo, com um ciclo de vida projetado para pelo menos 10 anos. Ali, a China pretende realizar pesquisas científicas próprias, incluindo em áreas como biologia e física. Ou seja: o país não pretende mesmo usar as dependências da Estação Espacial Internacional, preferindo investir seu tempo e dinheiro em uma estação exclusiva.
No ano passado, a China revelou o design do módulo principal da estação espacial, chamado Tianhe-1:
Outros programas espaciais da China e mais rivalidade com os EUA
Quanto à missão lunar chinesa, enquanto a Chang'e 4 e seu rover Yutu-2 estão explorando o misterioso lado afastado da Lua, missões futuras como a Chang'e 5 e Chang'e 6 coletarão amostras de rocha e solo lunar para trazê-las à Terra. Depois, a Chang'e 7 mapeará o polo sul da Lua (região interessante para uma habitação humana por conter água congelada), enquanto a Chang'e 8 testará tecnologias para viabilizar a construção de uma base fixa na Lua pois, assim como os Estados Unidos, a China também quer garantir sua presença constante em nosso satélite natural.
Ainda, o programa espacial chinês decidiu recentemente incentivar a formação de pequenas empresas igualmente chinesas, porém privadas, para desafiar as empresas privadas espaciais dos Estados Unidos (como SpaceX, Blue Origin e Virgin Galactic) na construção de novas gerações de naves e foguetes. Startups vêm recebendo financiamento de capitalistas de risco e investidores variados, e também estão contando com a expertise de cientistas de foguetes da agência estatal da China (a CNSA).
E aumentando ainda mais a rivalidade com os EUA, a China está investindo pelo menos US$ 9 bilhões para criar um sistema de navegação próprio, reduzindo sua dependência do GPS de propriedade norte-americana (cujos satélites transmitem os dados de navegação que são usados em smartphones, carros e mísseis). Todos esses satélites são controlados pela Força Aérea dos EUA, o que deixa o governo chinês desconfortável. Então, o país está desenvolvendo o sistema de navegação Beidou, com o objetivo de fornecer precisão de posicionamento de 1 metro ou menos.
Por fim, a China também está planejando realizar inspeção e reparo de satélites em órbita, limpando o lixo espacial que está ao redor da Terra. Contudo, para a agência de inteligência do Departamento de Defesa dos EUA, é possível que satélites desativados e consertados pela China possam funcionar como armas contra satélites norte-americanos em funcionamento, o que coloca ainda mais tensão nas já delicadas relações entre EUA e China. Do outro lado, o Ministério de Relações Exteriores do país asiático já declarou que essas alegações estadunidenses são infundadas.
Fonte: Bloomberg
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Vulcões subterrâneos podem explicar existência de água líquida em Marte
Por Patrícia Gnipper | 18 de Fevereiro de 2019 às 22h20
NASA
Em julho do ano passado, descobriu-se a existência de água líquida em Marte, localizada abaixo da calota polar a mais ou menos 1,5 quilômetro abaixo da superfície. Agora, outros pesquisadores estão argumentando que, para que a água exista ali no estado líquido, só pode haver uma fonte de calor que venha do interior do planeta — de repente vulcões subterrâneos.
A equipe, que trabalha no Laboratório Lunar e Planetário da Universidade do Arizona, analisou quais seriam as temperaturas necessárias no subsolo para que a água líquida exista sob a calota polar, considerando o papel dos sais que estão presentes em rochas marcianas (já que eles abaixam o ponto de fusão do gelo, o que torna possível a água se manter em estado líquido em locais com temperaturas mais frias). Contudo, mesmo considerando a presença dos sais, os especialistas constataram que ainda assim Marte é frio demais para abrigar água líquida, a não ser que exista uma fonte de calor subterrânea.
Talvez exista magma se movendo no subsolo de Marte, elevando-se do interior profundo em direção à superfície. Ao contrário do que acontece com um vulcão em erupção, quando o magma quente sobe à superfície dessa maneira, esse magma não se rompe, formando um bolsão de magma sob o solo — e a equipe acredita que isso possa ter acontecido em Marte há cerca de 300 mil anos. Como o magma é extremamente quente e é resfriado lentamente, é possível que, dentro desse intervalo de tempo, o calor da câmara ainda alcance a superfície, permitindo que a água fique em estado líquido naquela região polar mesmo nos dias de hoje.
“Isso implicaria que ainda há formação ativa de câmara de magma acontecendo no interior de Marte, que não seria então apenas um lugar frio e morto internamente. Se ainda existem processos magmáticos ativos hoje, talvez eles fossem mais comuns no passado recente e pudessem fornecer fusão basal mais difundida. Isso poderia fornecer um ambiente mais favorável para a água líquida e, talvez, à vida”, explica Ali Bramson, pesquisador e co-autor de um artigo sobre esta teoria.
Vale ressaltar que a ideia de que atividades vulcânicas no subterrâneo de Marte são as responsáveis pela existência de água líquida abaixo da calota polar ainda é uma especulação e, ainda que tenha chances de se provar verdadeira, outras possibilidades que expliquem a água líquida sob a calota polar de Marte também devem ser consideradas e estudadas antes de qualquer conclusão oficial.
Fonte: American Geophysical Union
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YouTube pode ter contribuído para o aumento de terraplanistas no mundo
Por Redação | 18 de Fevereiro de 2019 às 21h10
Em todo o mundo, inclusive no Brasil, é cada vez maior o número de terraplanistas que colocam à prova o conhecimento científico argumentando que a Terra, na verdade, seria plana. No Facebook há diversas páginas de discussão sobre o tema com milhares de membros inscritos, e os terraplanistas também estão no YouTube publicando conteúdo dedicado a falar sobre o assunto com versões alternativas para a explicação de fenômenos como fusos horários, estações do ano e eclipses. E uma nova pesquisa mostra que foi exatamente essa plataforma uma das principais responsáveis para o aumento no número de pessoas que acreditam nessa teoria.
Professora assistente de comunicação científica na Texas Tech University, Asheley Landrum estuda como valores culturais podem afetar a nossa compreensão da ciência, mas recentemente passou a se dedicar ao estudo do fenômeno da teoria da Terra plana, mostrando um aumento significativo de pesquisas no Google sobre o tema nos últimos cinco anos.
Para realizar sua pesquisa, Asheley Landrum entrevistou 30 pessoas que participaram de uma convenção da Terra plana e descobriu que todas, exceto uma, se tornaram adeptas da teoria após assistirem a vídeos no YouTube sobre o assunto.
A pesquisa foi apresentada em um evento organizado pela American Association for the Advancement of Science. Os resultados não culpam explicitamente o YouTube pelo aumento dos terraplanistas, mas Landrum acredita que a Google poderia estar fazendo mais para impedir a propagação de ideias cientificamente incorretas na internet.
"Há muita informação útil no YouTube, mas também muita desinformação", disse em entrevista ao The Guardian. "Os algoritmos deles facilitam a passagem pelo buraco do coelho, apresentando informações às pessoas que serão mais suscetíveis a isso".
AGoogle reconhece que pode fazer mais para combater a disseminação de informações falsas no YouTube e recentemente estabeleceu novos planos de ação sobre o assunto. Uma das medidas foi “reduzir as recomendações de conteúdo limitado e de conteúdo que poderia desinformar os usuários de maneiras prejudiciais — como vídeos promovendo uma cura milagrosa falsa para uma doença grave, afirmando que a Terra é plana ou fazendo alegações descaradamente falsas sobre eventos históricos como o 11 de setembro", conforme disse a equipe da plataforma em um post descrevendo as novas medidas que estão em processo gradual de implementação.
Landrum ainda defende o uso do YouTube por cientistas como uma plataforma para comunicar seus próprios trabalhos, como fez o astrofísico Neil deGrasse Tyson em um vídeo refutando a teoria do terraplanismo com argumentos cientificamente comprovados.
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UX/UI Designer: primeiros passos para uma carreira que está em alta no mercado
Publieditorial
User Experience (UX) e User Interface (UI). Se existe uma tendência que não deve deixar o radar empresarial tão cedo é a de voltar toda a atenção e esforços estratégicos para a experiência do usuário. A transformação digital ditou a nova regra e quem ainda está firme no mercado certamente a agarrou com unhas e dentes. Isso ajuda a explicar a alta demanda por UX e UI designers.
O trabalho é uma mistura de conhecimento técnico com arte, gestão de clientes com antropologia, design com vivências únicas, pensamento fora da caixa com processos inovadores. Enquanto um bom UX garante que o usuário tenha a melhor experiência com um produto, serviço, site, plataforma ou app, um bom UI certifica-se que a interface esteja preparada para realizar este desejo.
É um trabalho que requer um profissional completo, que goste tanto de trabalhar com processos e tecnologia, quanto lidar com pessoas. Mas como construir uma carreira do zero? Isso é o que veremos a seguir.
Iniciando uma carreira como UX/UI designer
Como vimos, o trabalho de um designer UX/UI é bastante multidisciplinar. É uma atividade que exige skills em várias frentes diferentes, online e offline, o que pode ser desafiador dependendo do perfil do pretendente.
Mas não se preocupe! Este post foi pensado especialmente para você, que deseja mergulhar com tudo neste mundo de possibilidades, desenvolver as skills necessárias e investir pesado em uma carreira como UX/UI designer.
Confira essas dicas!
Entenda a área
Se você deseja trabalhar como um UX/UI designer, a primeira coisa a se fazer é entender o que esses profissionais fazem. Ler este conteúdo já é um bom começo, mas você pode ir muito além! Procure referências na área, informe-se sobre tendências, veja o que está sendo feito e quais são os resultados dessas ações. Ouça podcasts especializados, leia livros, blogs e fóruns, assista vídeos, podcasts e tutoriais. Conhecimento nunca é de mais!
Invista em cursos e treinamentos de qualidade
Uma excelente maneira de adentrar no mundo do UX/UI design é fazer um curso específico ou treinamento. A Ironhack possui um curso presencial de UX/UI Design que foi considerado o melhor do mundo pelo ranking do SwitchUP, o principal portal de comparação de cursos técnicos ao redor do mundo. Com uma carga horária de 360 horas, o aluno aprende UX/UI Design na teoria e também na prática, abordando temas como Design Thinking, pesquisa de usuário, arquitetura da informação, metodologia Agile, design de aplicativos, design systems, Sketch, prototipagem e até conta com um módulo de desenvolvimento front-end. Com foco na inserção do aluno no mercado de trabalho, ao final do curso, a Ironhack promove a Hiring Week, uma feira na qual os alunos recém-formados são entrevistados por empresas em busca de UX/UI Designers. Uma solução pra lá de completa, não?
Estude as ferramentas
Você sabe quais são as ferramentas essenciais para um bom trabalho de UX/UI design? Dominar essas plataformas é indispensável para que você desenvolva uma boa carreira como designer. Aprenda as funcionalidades de cada uma, entenda as diferenças, tire suas dúvidas e não tenha medo de errar. Às vezes, a melhor forma de aprender uma nova habilidade é no esquema de tentativa e erro. Alguns nomes que podem te ajudar nesse início: Sketch, Figma, Balsamiq, Adobe XD, Invision.
Nunca ache que está bom o suficiente
Não existe um limite máximo para UX/UI designers. Jamais pense que você atingiu um patamar que não precisa ser ultrapassado. As tecnologias mudam o tempo todo e exigem adaptações rápidas para vencer a competitividade do mercado. Lembre-se de que a teoria é importante, mas a prática lhe ajuda a visualizar os resultados de suas ações e também lhe prepara para o mercado de trabalho, pois este sempre busca profissionais com conhecimentos teóricos e habilidades práticas. Por isso, treine muito e treine sempre!
Monte um portfólio e currículo
Seu portfólio é a prova do nível que você está e do que pode entregar. É uma ferramenta essencial para os que estão buscando trabalho na área e deve ser criado com atenção e carinho. Inicialmente, portfólio e currículo podem conter alguns trabalhos que foram feitos durante o curso ou resultados de ações voluntárias e estágios. Tenha os dois, mesmo se estiver iniciando. Aos poucos, inclua as novas experiências!
Tenha uma referência
Especialmente no início da carreira, é importante ter uma pessoa da área que seja a sua referência. Uma espécie de mentoria para ensinar os melhores caminhos, corrigir erros e compartilhar experiências. Meetups e eventos especializados são boas fontes para conhecer profissionais que podem te ajudar nesse sentido.
O legal é que basicamente qualquer pessoa pode trabalhar como UX/UI designer. Por ser uma função bastante democrática e que envolve skills variadas, não é destinada somente para os que curtem TI ou o pessoal de exatas.
A única exigência é que você queira aprender e se desenvolver sempre mais, sem achar que já atingiu seu máximo. Designers nunca estão prontos, especialmente depois do ritmo acelerado das mudanças impulsionadas pelas tecnologias da indústria 4.0.
A Ironhack ainda tem vagas para os cursos de UX/UI Design que começarão nos próximos meses. Interessados podem optar pelo modelo full-time com aulas todos os dias, de segunda a sexta-feira, das 9h às 18h, ou, podem optar pelo modelo part-time, com a mesma carga horária e conteúdo, porém com aulas às terças e quintas à noite e aos sábados, durante 6 meses. Essa opção é a ideal para quem trabalha ou estuda durante o dia!
Portanto: cabeça alta, peito estufado e mãos à obra!
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