Partes fossilizadas de mosquitos no fundo de um antigo lago abriram postas para que historiadores provassem que a Groenlândia era uma ilha quente no tempo dos vikings, com uma costa quase nunca coberta por gelo e neve, escreve a revista Geology.
Se as sagas vikings forem verdadeiras, então os primeiros exploradores do Novo Mundo e das Américas não correspondem a Cristóvão Colombo e companhia, mas, sim, a navegadores noruegueses liderados por Eric, o Vermelho, e seus filhos, que foram expulsos da Noruega no fim do século X. Após longas viagens, a Groenlândia se tornou a casa destes navegadores por volta do ano de 986.
"Pessoas especulam que os nórdicos colonizaram a Groenlândia durante um período fortuitamente quente, mas não havia nenhuma reconstrução da temperatura local detalhada que confirmasse completamente isso. E algumas pesquisas recentes sugerem que o contrário era verdade", afirmou Yarrow Axford, pesquisador da Universidade Northwestern (EUA) e líder da pesquisa, acrescentando que "tem sido um mistério climático".
Muitos historiadores se apoiam na justificativa que remete ao período entre os séculos X e XIII ou Período Quente Medieval, quando as temperaturas no planeta eram supostamente tão altas quanto hoje em dia. No século XIV, começou a Pequena Idade do Gelo, causando a Grande Fome na Europa e, como apoiadores da ideia acreditam, e acabando com a civilização viking na Groenlândia e na América do Norte.
Axford provou essa hipótese estudando os sedimentos formados no fundo de um lago localizado perto da cidade de Narsaq, no sudoeste da Groenlândia, onde Eric, o Vermelho, morava. O lago teria feito parte do território da "Terra Verde" por pelo menos três mil anos. No lago foi acumulando pólen, insetos mortos, fragmentos de vegetação e outros restos orgânicos, contendo sinais do clima e da ecologia do Ártico de um passado distante.
Em particular, quão maior é a proporção de oxigênio "pesado", mais elevada era a temperatura, onde viviam plantas e animais. Baseando nesta ideia, a equipe de Axford analisou a composição isotópica dos mosquitos fossilizados, extraídos das camadas de lodo, formado entre 900 e 1400 d.C., no fundo do lago.
Essas medições mostraram que a proporção de oxigênio-18 em seu corpo era significativamente maior do que nos restos orgânicos mais antigos preservados nas camadas inferiores. Em média, naquela época, as temperaturas eram um grau e meio mais altas do que no início da Idade Média, e semelhantes às temperaturas da Groenlândia de hoje em dia.
Por isso, as medições em outras partes do Ártico e da própria Groenlândia mostram que a temperatura teria diminuído e as geleiras teriam crescido ao mesmo tempo.
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