Alício Assunção / Arquivo Pessoal
Estação Silva Vargas, em Ipê
Recentemente, na edição de 7 de dezembro, sob o título “Para matar a saudade dos trens”, fizemos referência à exposição de Alfonso e José Abrahan sobre a presença do trem em nosso Estado, que está atualmente na galeria do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Sul. 
Alício Assunção / Arquivo Pessoal
Estação de Alcântara, em Bento Gonçalves
Por conta de uma mensagem enviada pelo nosso leitor e colaborador Alício Assunção, ficamos sabendo de uma iniciativa bacana e, ao mesmo tempo, triste. Alício relata: 
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“Percorri, a bordo do trem turístico da Associação Brasileira de Preservação Ferroviária (ABPF), composição puxada por uma maria-fumaça Malet, de 1950, em parceria com a Rumo Logística, no projeto Natal nos Trilhos, cerca de 800 quilômetros por ferrovias do Rio Grande do Sul na última semana. Foram 60 horas de viagem: a primeira, de Vacaria até Roca Sales; depois, de Guaporé (Ferrovia do Trigo) a Colinas; e, por fim, de Triunfo, passando por Santa Maria e chegando a Cruz Alta. No caminho, encontramos poucas estações ferroviárias preservadas. Na maioria, elas estão, infelizmente, totalmente destruídas. Porém, a recepção a um trem tradicional, conduzido por uma antiga maria-fumaça, foi algo ‘de cinema’. Muitas pessoas que aguardavam no trajeto a passagem do comboio choravam emocionadas. Meu objetivo, agora, como filho de ferroviário, preocupado com a preservação da história das ferrovias gaúchas, é montar uma exposição itinerante pelo Estado. O Projeto Natal nos Trilhos é uma iniciativa da Rumo Logística, da Associação Brasileira de Preservação Ferroviária (ABPF), de Rio Negrinho, Santa Catarina, e da Associação de Municípios de Turismo da Região dos Vales (Amturvales). Além da maria-fumaça, também participaram da viagem uma locomotiva a diesel, um vagão de passageiros, dois carros-dormitórios e um vagão-restaurante e dormitório (este, todo preservado, foi fabricado em Rio Grande, em 1925, e teria servido para o presidente Getúlio Vargas viajar, em 1930, do Rio de Janeiropara o Rio Grande do Sul) e, ainda, um vagão de tanque com água para abastecer a caldeira da maria-fumaça. Na verdade, a intenção desse périplo foi examinar e estudar a viabilidade da implantação de passeios turísticos, constantes e abertos ao público, a partir de agosto de 2019. Atualmente, pelos trechos percorridos, transitam somente trens de carga. Esse foi um trem demonstrativo, ou seja, só transportou convidados. Apenas no Vale do Taquari (Ferrovia do Trigo entre Colinas e Guaporé) estiveram a bordo, no passeio, prefeitos, empreendedores e jornalistas. Nos demais trechos, o trem passou nas estações, onde fez breves paradas, permitindo ao público fotografar e viver uma experiência única. Quando passou à noite, estava iluminado com cores natalinas.” 
Bacana, triste, mas alimenta a nossa esperança. 
Rumo / Divulgação
Maria-fumaça Mallet 204, construída em 1950, circula pelo Rio Grande do Sul com decoração natalina desde o dia 27
Colaborou Alício Assunção, jornalista de Marques de Souza

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