A missão pretende confirmar se as batatas e as plantas “Arabidopsis thaliana” crescem em ambiente controlado, confinado à microgravidade
O projeto “Chang’e-4”, desenvolvido pela agência espacial chinesa, pretende colocar um veículo robotizado na superfície lunar para estudar a parte da Lua que não é visível da Terra. A sonda será lançada esta sexta-feira.
Um dos objetivos da missão – segundo avança a revista científica Nature – é testar o crescimento de duas espécies de plantas na superfície lunar. Para isso será testado a plantação da batata e da planta herbácea “Arabidopsis thaliana”, da família da mostarda, num ambiente controlado, mas confinado à microgravidade existente na Lua. Assim será possível perceber se as espécies em questão crescem e fazem fotossíntese nestas condições.
A escolha das espécies a testar está relacionada com experiências efetuadas anteriormente na Estação Espacial Internacional. Segundo os testes, tanto a batata como a “Arabidopsis thaliana” conseguem crescer em ambientes controlados que estejam sujeitos a uma força da gravidade inferior à da Terra.
Para além disso, o veículo robotizado está preparado para avaliar a espessura das camadas subterrâneas, estudar a composição mineral à superfície e captar sinais de radiofrequência que normalmente são bloqueados pela atmosfera terrestre. Também o gás interestelar e os campos magnéticos vão ser alvo de análise pela “Chang’e-4”.
A sonda será lançada na tarde desta sexta-feira (madrugada de sábado na China) e está prevista aterrar na cratera Von Kármán – a maior e mais antiga depressão da lua – no Polo Sul-Aitken. "É uma área-chave para dar resposta a várias questões sobre a história da formação da Lua, incluindo a sua estrutura interna e a evolução da sua temperatura", explica o investigador da Universidade Politécnica de Hong Kong, Bo Wu, à revista Nature.
A agência espacial chinesa está já a preparar uma nova missão – “Chang’e-5” – que deverá ser lançada em 2019 e terá como objetivo recolher amostras do solo da Lua.
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